Presidente da Câmara revela dificuldade para votar reforma da Previdência

 
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou, nesta quinta-feira (30), na capital paulista, que só colocará em pauta a votação da reforma da Previdência quando tiver certeza da quantidade de votos necessários para aprovação do texto.
 
"A gente está tentando construir o texto em cima dos 308 votos. Mas a gente sabe que está muito longe disso ainda, muito longe mesmo", disse Maia, ao se referir ao apoio necessário para aprovação da proposta. O presidente da Câmara acredita que falta o apoio de partidos como o PR e PSD, que integram a base do governo.
 
Segundo ele, o governo perdeu forças no Congresso com as denúncias da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer. "A base do governo passou por duas votações de denúncia, com desgaste muito grande. Tem aqueles que, mesmo compreendendo a importância da votação, não confirmaram que podem votar com a matéria."
 
O presidente da Câmara acredita ainda que a escolha de Geraldo Alckmin para a presidência do PSDB nacional vai facilitar a vida do Planalto.
 
"O governador de São Paulo tem uma liderança forte e a liderança dele, até porque todos sabemos que ele é a favor da reforma da previdência, pode nos ajudar a fazer uma reforma que é urgente."
 
O presidente da Câmara disse ainda que a proposta tucana para alterar outros pontos da reforma inviabiliza a votação, pois representam R$ 100 bilhões a menos no ajuste fiscal pretendido pelo governo.
 
Está prevista uma reunião no domingo com a base governista, onde participarão líderes de partidos e ministros. Sobre alterações no texto, Maia afirmou que só irá acolhê-las se tiver o apoio dos parlamentares.
 
"Não é barganha. Vai mudar a reforma e não vai agregar voto? Se quer dialogar, é pra mudar, é porque vai mudar. Quem vai mudar o texto não pode pedir a mudança e depois não ajudar na votação", afirmou.
 
Maia considerou discutir uma regra de transição para os que ingressaram no serviço público antes de 2003, mas ressaltou a importância de se preservar pelo menos metade da economia prevista inicialmente, de cerca de R$ 800 bilhões.
 
"Uma idade mínima um pouco menos que 65 [para os que entraram antes de 2003] não vai ter um custo fiscal muito grande e pode agregar [votos] na reforma, desde que não haja uma economia menor que R$ 400 bilhões." Com agências
 


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