Entre os brasileiros, 51% são contra a reforma da Previdência

A realização da reforma atualmente em discussão para alterar as regras do sistema previdenciário brasileiro sofre oposição de 51% dos brasileiros. Os números são do instituto Datafolha e foram divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (10).

De acordo com o estudo, 41% dos brasileiros são favoráveis, 7% não possuem opinião formada e 2% se dizem indiferentes ao tema. O instituto ouviu 2.086 brasileiros nos dias 2 e 3 de abril, com 16 anos ou mais e em 130 municípios do país. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos.

Há mais mulheres do que homens contrários à reforma. São 56% das brasileiras em oposição à aprovação da proposta apresentada ao Congresso pelo governo Bolsonaro, enquanto os homens estão em empate técnico (48% são favoráveis e 45% são contrários). Especialistas afirmam que a reforma pode ser mais prejudicial às mulheres por conta da dificuldade de se manterem ativas no mercado de trabalho e de mudanças previstas como a equiparação da idade mínima entre homens e mulheres no trabalho rural.

A rejeição ainda se destaca entre eleitores do ex-presidente Fernando Haddad (72%), que perdeu as eleições para o atual presidente da República Jair Bolsonaro, e entre os servidores públicos (63%), que terão mudanças como o aumento das alíquotas de contribuição.

A oposição ao projeto de reforma apresentado pelo Governo Bolsonaro ainda é menor que a rejeição existente em 2017 à proposição feita pelo Governo Temer. Em abril de 2017, 71% dos brasileiros se opunham ao projeto de lei apresentado.

Em relação às alterações previstas na proposta do atual governo, as que sofrem mais rejeição são o aumento da idade mínima e os 40 anos de contribuição para receber a aposentaria integral.

Entretanto, 66% dos brasileiros apoiam alíquotas mais altas para servidores públicos e o limite da aposentaria no setor público ao teto do INSS, já existente hoje para servidores federais e de estados e municípios com previdência complementar.

Em relação ao conhecimento da proposta do governo, feita por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, 68% dos brasileiros dizem ter tomado conhecimento sobre o projeto de lei, 17% afirmam estarem bem informados e 9% admitem estarem mal informados. Entre os brasileiros com renda familiar superior a dez salários mínimos, 90% dizem ter tomado conhecimento. O percentual cai para 44% entre os brasileiros que ganham até dois salários mínimos.

A pesquisa ainda mostra que, apesar dos jovens serem atingidos pela mudança com o fim da aposentaria por tempo de contribuição e a consequente obrigatoriedade de se atingir uma idade mínima, são eles os mais otimistas em relação à aposentadoria precoce. Entre os jovens que têm entre 16 a 24 anos, 57% acredita que vai se aposentar aos 60 anos. A reforma proposta propõe aumento para a idade mínima de 65 anos para os homens e de 62 anos para as mulheres.

Atualmente, o projeto de lei apresentado pelo governo Bolsonaro está em análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados e deve sofrer alterações antes de ser encaminhado ao plenário para votação.



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