Senado deverá votar segundo turno da reforma da Previdência na próxima terça
O Plenário do Senado verá votar na próxima terça (22) o segundo turno da reforma da Previdência. O senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou ontem (17) a realização de mais duas audiências públicas para discutir a PEC 6/2019. Os debates ocorrerão na segunda-feira (21) e na terça pela manhã. O senador, que preside a Comissão de Direitos Humanos (CDH), garantiu que o "jogo ainda não terminou" e é importante que os senadores compreendam que esta é "a reforma da Previdência mais cruel de todos os tempos".
Paim destacou que em debate ocorrido na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), especialistas argumentaram que os cálculos referentes ao déficit da Previdência basearam-se em números manipulados, totalmente errados. O senador lembrou que o fator previdenciário não foi levado em conta, como se todos os trabalhadores se aposentassem com salário integral, quando os benefícios na verdade são reduzidos em praticamente de 30 a 40%.
Outra questão apontada por Paim é o fato de que a dívida de grandes empreendedores junto à União já se aproxima de R$ 3 trilhões, de acordo com reportagem recente do jornal O Globo. Para o senador, se fossem recuperados 50% desse valor, o governo arrecadaria a quantia de R$ 1,5 trilhão.
"Daria muito mais do que eles querem economizar em 10 anos com a reforma, que vai ser em torno de R$ 800 bilhões. Hoje o cálculo [do governo] é de R$ 800 bilhões", declarou Paim, que também mencionou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo os quais aumentaram, entre 2017 e 2018, a desigualdade social e a parcela da população na pobreza absoluta.
Desigualdade
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) voltou a criticar em Plenário, o texto da reforma da Previdência (PEC 6/2019), que será votada em segundo turno até a semana que vem. Para ele, a proposta coloca a responsabilidade pelo reequilíbrio das contas públicas do Brasil nas “costas de quem menos tem condições e menos merece pagar a fatura”, que é a população mais pobre, a classe trabalhadora do país.
Jean Paul citou dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes aos anos de 2017 e 2018.
De acordo com o IBGE, o levantamento mostra que a desigualdade de renda atingiu número recorde no Brasil, revelando que apenas 10% da população concentram 43,1% do total dos rendimentos.
Para ele, caso os senadores aprovem a reforma da Previdência, contribuirão para aumentar o abismo da desigualdade econômica, que já envergonha o país.
"Se aprovarmos a reforma da Previdência [...] na prática, estaremos reduzindo o número de benefícios concedidos e diminuindo drasticamente os valores a serem pagos. Com o nosso aval, os aposentados, que hoje estão tentando salvar da míngua milhões de famílias brasileiras, se tornarão eles próprios miseráveis. Não podemos contribuir com essa maldade, que atingirá exatamente aqueles que nos elegeram para representá-los no Congresso Nacional" afirmou Prates. Com informações da Agência Senado
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