Fundos de pensão rendem mais em 2016


Na contramão da crise econômica do País, os fundos de pensão fechados no Brasil estão tendo em 2016 a melhor rentabilidade em mais de cinco anos, refletindo a combinação de juros altos e a disparada recente das ações brasileiras.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), a rentabilidade média do setor estimada no primeiro trimestre foi de 5,24%, o melhor desempenho trimestral desde o quarto trimestre de 2010.

Com patrimônio de cerca de R$ 730 bilhões no fim de 2015 e com quase sete milhões de associados, as entidades do setor avaliam que, se o resultado não for revertido nos próximos meses, podem ter resultado acima da meta atuarial - valorização mínima necessária para o fundos conseguirem pagar os benefícios dos associados de forma sustentada no longo prazo - o que não acontece desde o exercício de 2013.

"Fomos beneficiados com a melhora de expectativas de China e Estados Unidos, que repercutiram nos mercados, em simultâneo com o processo de impeachment [da hoje presidente afastada Dilma Rousseff] no Brasil" , disse Jorge Simino, diretor de investimentos e patrimônio do Funcesp.

Maior fundo de pensão patrocinado por empresas privadas do País, com 15 patrocinadoras, o Funcesp teve rentabilidade de 10,7% de janeiro a abril, mais que o dobro da meta atuarial, de 5,2%.

Embora acompanhado com intensidades distintas no setor, o movimento é um alívio especialmente para fundos que nos últimos anos acumularam sucessivos déficits, quando o patrimônio de um plano fica menor do que os compromissos com pagamentos atuais e futuros. É o caso de fundos de funcionários de grandes estatais, como Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal). Postalis (Correios) e Previ (Banco do Brasil).
De janeiro a março, a carteira do Petros teve rentabilidade de 5,09%, acima da meta atuarial de 4,05%. No principal fundo do Funcef, o retorno de ativos que respondem por cerca de 60% do total, ficou ao redor de 4,5%, ante meta de 4,34%. No Previ, a valorização foi de 5,75%, ante meta de 4,19%.

"No Funcef, por exemplo, onde papéis da Vale, da Invepar e da Norte Energia representam cerca de um terço do portfólio da carteira principal, a valorização na Bolsa de Valores ajudou nos números. A gente espera superar meta atuarial de cerca de 13% ", disse o diretor de investimento da Funcef, Mauricio Marcelini. "A pressão nos passivos diminui um pouco", completou. Com informações das agências Reuters e DCI.



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