Trabalho informal ameaça sustentabilidade da previdência latino-americana
A informalidade no mercado de trabalho da América Latina, onde a metade dos trabalhadores não contribui com a previdência social, ameaça a sustentabilidade das aposentadorias na região, advertiu nesta quinta-feira (4) um especialista da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"A sustentabilidade das aposentadorias está ameaçada", disse à AFP o argentino Fabio Bertranou, diretor da Equipe de Trabalho Decente de Países da OIT para o Cone Sul da América Latina.
Segundo a OIT, um em cada dois trabalhadores na América Latina não é registrado nem contribui com a previdência social.
"O desafio do sistema (de aposentadoria) é que há muita informalidade", afirmou Bertranou durante a 19ª Reunião Regional Americana da OIT celebrada no Panamá.
De 2005 a 2015, a taxa de trabalhadores que contribuía aumentou de 36% para 44% devido a una maior formalização do trabalho, graças a uma expansão econômica produto dos bons preços das matérias-primas, segundo a OIT.
Ainda assim, cerca de 145 milhões de trabalhadores não contribuem com a previdência social na América Latina. Nos últimos anos, a região sentiu uma desaceleração econômica que pode afetar a formalização do trabalho, enquanto surgem outras relações trabalhistas com o aparecimento de novas tecnologias e o trabalho autônomo.
"Considerando o que aconteceu no mercado de trabalho, entendemos que esse progresso da última década se desacelerou", avalia Bertranou. Por isso, a OIT pede que se aposte no trabalho formal, o que permitiria maiores receitas para o sistema de Previdência Social. Com informações da AFP