Atraso na votação de reformas não compromete economia, diz Meirelles

 
Um eventual atraso na votação da reforma trabalhista não comprometerá a retomada da economia, disse hoje (8) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em entrevista coletiva na Embaixada do Brasil na França, ele disse que a possibilidade de que a proposta seja aprovada somente em agosto não afetará a produtividade do país porque as medidas só têm impacto no médio e no longo prazo.
 
“A questão da reforma trabalhista é a mesma da Previdência. Não é uma mudança para ter um efeito emergencial nos próximos meses, mas uma medida de longo prazo. Agora se, por alguma razão, ela seja votada em agosto, do ponto de vista da produtividade do país não serão 15 dias ou 20 dias, um mês, que vão fazer uma diferença em algo que está aí há décadas e que vai prevalecer durante também um longo tempo”, disse Meirelles em áudio publicado na página do Ministério da Fazenda na internet.
 
Mesmo com a possibilidade de as votações serem afetadas pela crise política, o ministro disse estar confiante de que a reforma trabalhista seja aprovada ainda este mês. “Existe uma possibilidade boa de haver uma votação ainda este mês, que é a expectativa. Não há dúvidas de que, se for aprovada em junho, melhor. Se for aprovada 
na primeira quinzena de julho antes do recesso, bom”, disse.
 
Para Meirelles, o relatório não deverá sofrer novas alterações por ter sido negociado várias vezes. Segundo ele, já existe um acordo para a aprovação da reforma trabalhista. O ministro disse que tem mantido contato direto com um secretário da Presidência, que é quem acompanha a tramitação da reforma. “A princípio não estamos 
pensando em mudança a esta altura. Evidentemente, vou chegar ao Brasil no fim de semana e vamos olhar isso. A nossa expectativa é que o projeto vai seguir como está”, disse.
 
Meirelles está em Paris numa reunião que discute a adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que reúne os países mais industrializados. O ministro também participou de encontros com investidores e disse que conseguiu tranquilizá-los em relação à manutenção da estabilidade econômica do país, ao afirmar que a economia continuará crescendo nos próximos trimestres.
 
“Evidentemente que há uma preocupação com as questões políticas e com a possibilidade de prosseguimento da agenda econômica e das reformas. Avisei a eles que o crescimento foi muito  forte no primeiro trimestre, 1% foi acima das expectativas do mercado, e depois deve acomodar no segundo trimestre, o que eles entenderam 
perfeitamente, pois é algo que ocorre após a retomada de um ciclo econômico, e voltará a subir no terceiro e quarto trimestres”, declarou. Com agências
 


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