Irmã de servidora do INSS aliciava mulheres para fraudar BPC

 
A Força-Tarefa Previdenciária no Paraná cumpriu mandado de busca e apreensão contra a irmã de uma servidora aposentada do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na segunda fase da Operação Autofagia. A irmã teria auxiliado essa servidora na prática de fraudes para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas), em Curitiba.
 
O esquema criminoso envolvendo a servidora aposentada do INSS foi desbaratado em maio deste ano, na primeira fase da Operação Autofagia. Na época, a servidora ainda não estava aposentada e participava de um golpe para que mulheres com renda familiar acima do permitido obtivessem o BPC/Loas.
 
Esse tipo de benefício só pode ser destinado a quem sobrevive com, no máximo, ¼ do salário mínimo (hoje, R$ 238,50) por mês. A fraude consistia em falsificar declarações de separação, de maneira que a renda familiar das mulheres diminuísse e se enquadrasse no limite permitido por lei.
 
O operação foi resultado de novas investigações que revelaram a identidade da comparsa da servidora, no caso, a irmã. Ela seria responsável por aliciar mulheres e falsificar declarações de separação e  comprovantes de residência. Para consumar a fraude, as mulheres aliciadas pela irmã iam à Agência da Previdência Social onde a então servidora do INSS trabalhava. Lá, apresentavam documentos falsos, e a servidora concedia os benefícios.
 
As investigações da primeira fase da Autofagia tiveram início quando uma beneficiária que havia conseguido um benefício de BPC/LOAS requereu pensão por morte do marido. No sistema do INSS, contudo, constava que ela estaria separada do cônjuge. A Força-Tarefa verificou, então, que a declaração sobre a suposta separação havia sido falsificada.
 
Na ocasião, a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária (COINP) da Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, que integra a Força-Tarefa, identificou outros benefícios com indícios de falsidade ideológica em declarações de separação de cônjuges e em comprovações de endereço.
 
As acusadas deverão responder pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e uso de documento falso.
 
A ex-servidora poderá ter a pena aumentada pelo fato de ter cometido os crimes no exercício da função pública. Será também submetida a Processo Administrativo Disciplinar, o que poderá resultar na cassação de sua aposentadoria.
 


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