Informalidade puxa queda do desemprego em 16 Estados

 
A taxa média de desemprego fechou o ano passado em queda em 16 estados, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios–Contínua (PNAD-Contínua) divulgada nesta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
O Estado de Santa Catarina (6,1%) foi responsável pela menor taxa média entre as federações, seguidos pelo Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso , todos com 8%. Já os Estados do Amapá (17,4%) e da Bahia (17,2%) foram responsáveis pelos maiores percentuais.
 
A população ocupada aumentou em 23 unidades da federação e, atualmente, no país, há 12,6 milhões de desempregados. O estudo ainda mostrou que, apesar da queda da taxa de desemprego e da ocupação, 20 estados obtiverem recordes na taxa de informalidade.
 
Para a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, o crescimento do número de pessoas sem carteira assinada e de trabalhadores por conta própria sem Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) tem sido responsável pela queda do desemprego. “Em vários Estados, a gente observa que a taxa de informalidade é superior ao crescimento da população ocupada. No Brasil, do acréscimo de 1,819 milhão de pessoas ocupadas, um milhão é de pessoas na condição de trabalhador informal”, analisou.
 
A PNAD-Contínua ainda demonstrou que, entre os brasileiros desempregados, 25% busca emprego há pelo menos dois anos sem sucesso. Conforme o IBGE, 39,2% dos brasileiros desempregados estão procurando de trabalho há um ano ou mais e 84% há um mês ou mais.
 
Trabalhadores jovens
 
Outro estudo, apresentado também nesta sexta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV) Social, evidenciou que os jovens foram os mais atingidos pela piora no mercado de trabalho e se tratam da parcela da população que mais perdeu renda no trabalho nos últimos cinco anos, assim como onde é possível encontrar os maiores índices de desigualdade.
 
Entre os anos de 2014 e 2019, jovens de 15 a 29 anos perderam 14% da renda proveniente do trabalho. Entre os jovens mais pobres, esse percentual chegou a 24% e, entre analfabetos, a 51%. “O elemento fundamental para lidar com essa situação é a educação. Não se pode errar na educação”, defende Marcelo Neri, diretor da FGV Social.
 
Outros grupos excluídos como analfabetos, negros e moradores das regiões Norte e Nordeste apresentam reduções de renda ao menos menos duas vezes maior que a da média geral, ainda cinco vezes maior entre jovens de 20 a 24 anos.
 
De acordo com Neri, os jovens também foram afetados pela precarização do trabalho. “O desemprego é um componente importante, mas não é o único e não é o maior. O desemprego é alto, mas a perda por precarização, por informalidade e redução de salário é tão grande quanto o desemprego”, observa.
 
A pesquisa aponta que a crise resultou em descrença entre os jovens brasileiros, de modo que 30% acredita que tem perspectiva de ascender socialmente pelo trabalho. 
 
Para Neri, uma educação mais voltada para a realidade do jovem, o ensino técnico e mudanças no ambiente de trabalho são fatores que podem contribuir para melhorar o mercado para os jovens. Com informações da Agência Brasil


Vídeos

Apoiadores