Plano de saúde como estratégia para retenção de talentos

*Cadri Massuda

Para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo e especializado, as empresas estão investindo na retenção de seus talentos. Além da capacitação constante, um bom ambiente de trabalho e a possibilidade de ascensão na carreira, a oferta de benefícios é um dos fatores que faz com que o trabalhador avalie cautelosamente antes de mudar de emprego.

O plano de saúde, segundo a Pesquisa dos Profissionais Brasileiros da Catho, é o benefício considerado como o mais importante para 74,6% dos trabalhadores. Subsídios como vale alimentação, vale refeição, transporte e participação nos lucros são os outros itens apontados como vantajosos pelos entrevistados.

Já a assistência à saúde traz aos trabalhadores a tranquilidade de saber que sua família está bem assistida em uma eventual emergência.

Isso se faz ainda mais importante por sabermos das dificuldades em relação à utilização do SUS, sistema que muitas vezes é a única alternativa. Além dos atendimentos de urgência, o segurado do plano de saúde passa a ser acompanhado mais de perto, tendo a possibilidade de realizar consultas, exames e cirurgias necessárias para o seu bem-estar e de sua família.

Entretanto, não é apenas o colaborador que se beneficia com o plano de saúde. As empresas, além de contar com um funcionário mais motivado e com a saúde em dia, podem observar a diminuição de faltas no trabalho e ter um melhor controle dos atestados médicos – um dos maiores problemas quando se fala em saúde do trabalhador. E os empresários já perceberam essas vantagens. Dos 50 milhões de usuários de planos de saúde no Brasil, 42 milhões são de pessoas jurídicas – cerca de 80%.

Pode-se dizer que esse benefício já está consolidado no mundo corporativo. O que tem mudado é a forma como o plano de saúde é oferecido. A coparticipação é a maneira encontrada pelas empresas em meio ao aumento dos custos. Nesse sistema, o usuário paga uma parte de consultas e exames. Uma das vantagens é o uso dos serviços com mais responsabilidade. Isso é necessário em razão da maior sinistralidade – que é o aumento da ocorrência de consultas, exames e procedimentos. Essa, por sua vez, é causada pela facilitação do acesso à informação, pela elevação da expectativa de vida e pela oferta de novas tecnologias na área da saúde. A inflação na área da saúde chega a ser o dobro da inflação média do país, o que muitas vezes torna inviável a manutenção dos planos de saúde pelas empresas.

Então, para continuidade desse benefício, a coparticipação é a alternativa mais viável.

Outra ferramenta na qual as empresas têm aplicado os seus investimentos é na prevenção dentro do ambiente de trabalho, com oferta de programas de nutrição, diminuição de estresse e de estímulo a hábitos saudáveis e à prática de atividade física. Atitudes que ajudam os dois lados da cadeia: empresa e segurado.

*Cadri Massuda é presidente da Abramge-PR/SC – Associação Brasileira de Medicina de Grupo



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