Supostas causas de prejuízos a fundos estão sob avaliação, diz diretor da Previc

O diretor-superintendente da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), José Maria Rabelo, confirmou, durante audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal, que o órgão está avaliando com atenção eventos no setor financeiro e no mercado de ações que estão sendo apresentados como causadores de prejuízos a fundos de pensão de empresas estatais. Entre os casos, estão as liquidações dos Bancos Cruzeiro do Sul, BVA e Real, além da queda das ações de empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista.

Rabelo explicou aos senadores que a Previc mantém uma rotina de análises e fiscalizações baseada em matriz de riscos. Porém, disse que as ações levam ainda em conta indícios como a volatilidade de cotações e indicadores de mercado, bem como notícias. Ele observou que eventual insucesso com um investimento não leva o órgão a fazer “pré-julgamento” da gestão do fundo, mas a um exame de todo o processo percorrido, com avaliação das condições e do contexto em que as decisões de investimento foram tomadas.

Rabelo observou que nos últimos nove anos, a rentabilidade geral dos fundos chegou a 266%, quando a meta era 171%. Destacou que o resultado foi superior ao desempenho do Ibovespa, formado pelas ações que geram maior movimento na bolsa paulista, que ficou no mesmo período em 156%. Já a Selic, a taxa básica de juros, teria evoluído 191%.

O convidado também apresentou dados para comprovar que os fundos de pensão são geridos de forma ainda mais prudente que demais operadores nos mercados de investimento no país. Na comparação com os respectivos ativos, ele disse que, em termos médios, as demais instituições do mercado investiram três vezes mais que os fundos de pensão nos três bancos postos recentemente sob liquidação.

Embora a regra geral seja o cuidado com os investimentos, ele admitiu que há situações de exceção, como acontece em qualquer lugar. Diante dessas situações, afirmou que a Previc, como órgão fiscalizador, age dentro dos termos da lei. A seu ver, as regras atuais destinadas à proteção dos investimentos são satisfatórias, não havendo necessidade urgente de ajustes. Entre elas, estão normas para garantir a diversificação dos investimentos e evitar a concentração de riscos, além da fixação de limites às aplicações. Com informações da Agência Senado



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