Brasil tem um dos sistemas de pensões menos sustentáveis do mundo, revela estudo

O estudo realizado pela unidade de Pensões Internacionais da Allianz Asset Management, na Alemanha, revelou que o Brasil está entre os sistemas de pensão menos sustentáveis do mundo. Segundo o levantamento, a Austrália possui o sistema de pensão mais sustentável do mundo, em segundo lugar está o da Suécia e, em seguida, vem o da Nova Zelândia. Na outra ponta, aparecem  Tailândia, Brasil e Japão.

“Uma boa classificação no índice não equivale a pagamentos de aposentadorias generosas, mas mostra que um sistema de pensões de um país será capaz de lidar com seus dados demográficos subjacentes. Em contrapartida, é preciso levar em consideração que as nações que figuram no extremo inferior do ranking estão lá por diversas razões”, afirma Renate Finke, economista sênior da Allianz.

De acordo com o índice, o sistema de pensões no Brasil parece insustentável em longo prazo porque tem alta taxa de substituição, somada às opções de aposentadoria antecipada, ao número de idosos que cresce a passos largos e aos 13 pagamentos anuais, que gera estresse nas finanças públicas.

Embora 60 e 65 anos sejam as idades legais para que brasileiras e brasileiros, respectivamente, se aposentem, a reforma efetiva é substancialmente mais baixa, quando considerado o tempo de contribuição, 30 e 35; isso sugere que elas podem começar a receber aposentadoria, em média, aos 50 anos e eles aos 55. Diante disso, projeta-se que em 2050, o número de pensionistas deverá aumentar 3,5 vezes.

“As mudanças demográficas e seu impacto no sistema de pensão no Brasil é um tema que temos acompanhado de perto. A Allianz Seguros está engajada em promover o debate para desenvolvimento de novas políticas para fortalecer a sustentabilidade das pensões com o objetivo de melhorar índices financeiros e também de qualidade de vida”, ressalta Ingo Dietz, diretor executivo da Allianz Seguros.

Líder

A posição de liderança da Austrália é consequência de uma estrutura dualista. Nesse país, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Irlanda, a receita pública cobre apenas as necessidades mais básicas, ou seja, evita a pobreza na velhice. Qualquer rendimento adicional, para manter certo padrão de vida, deve ser gerado a partir de fontes financiadas, por meio de capitalização. Ao mesmo tempo, a Austrália conta com a combinação da demografia favorável e boa gestão das finanças públicas.

O Índice de Sustentabilidade de Pensões da Allianz foi lançado em 2004. No entanto, a versão de 2014 traz pela primeira vez a análise de 50 países – passaram a ser contemplados Brasil, Chile, México, Malásia, Indonésia e África do Sul.

O índice, ao analisar o sistema público de pensões, torna-se capaz de indicar a necessidade de um país em fazer reformas para manter a sustentabilidade financeira em longo prazo. Isso pode ser difícil de avaliar devido às especificidades institucionais, técnicas e jurídicas de cada nação. No entanto, há as principais variáveis, independentemente dessas diferenças. O índice usa subindicadores como a evolução demográfica, finanças públicas e projetos de sistemas de pensão para medir sistematicamente a sustentabilidade de um sistema de aposentadorias. Eles abrangem vários parâmetros para a situação atual e perspectivas futuras do sistema.

O estudo na íntegra pode ser acessado pelo site: https://www.allianz.com/v_1396002521000/media/press/document/2014_PSI_ES_final.pdf



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