Polícia Federal faz operação contra organização que fraudava Regimes Próprios de Previdência Social
A Polícia Federal está realizando ação em nove Estados e no Distrito Federal com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas que atuavam em lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas.
A operação, intitulada de Miqueias, envolve mais de 300 policiais que cumprem 102 mandados judiciais, sendo cinco de prisão preventiva, 22 de prisão temporária e 75 de busca e apreensão no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, de Goiás, do Maranhão, Amazonas e de Rondônia.
O trabalho de investigação dos agentes constatou que líderes de uma organização criminosa aliciavam prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social para que eles aplicassem recursos das entidades previdenciárias em fundos de investimentos em papeis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha e com alta probabilidade de insucesso. Os prefeitos e gestores eram remunerados com um porcentual sobre o valor aplicado. Segundo nota oficial da Polícia Federal, esses fundos eram formados por papeis podres. "Severos prejuízos foram verificados no patrimônio desses Regimes Próprios de Previdência Social", diz a nota.
Foram verificadas irregularidades especificamente nos Regimes Próprios de Previdência Social das prefeituras de: Manaus (AM), Ponta Porã (MS), Murtinho (MS), Queimados (RJ), Formosa (GO), Caldas Novas (GO), Cristalina (GO), Águas Lindas (GO), Itaberaí (GO), Pires do Rio (GO), Montividiu (GO), Jaru (RO), Barreirinhas (MA), Bom Jesus da Selva (MA) e Santa Luzia (MA). A Operação Miquéias contou com apoio do Ministério da Previdência Social e da Comissão de Valores Mobiliários.
Lavagem
Segundo a Polícia Federal a investigação teve início há um ano e meio para apurar lavagem de dinheiro por meio da utilização de contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de "laranjas" para ocultar os responsáveis pelas movimentações. A partir daí, foi verificada a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem de dinheiro proveniente de diversos crimes. Em 18 meses de investigação, segundo a PF, foram sacados mais de R$ 300 milhões nas contas dessas empresas.