Empregados pediram mudanças no fundo de pensão dos Correios
O presidente da Associação dos Profissionais dos Correios, Luiz Alberto Barreto, disse que chegou a pedir, no ano passado, intervenção em decisões do fundo Postalis, para evitar alguns investimentos que poderiam prejudicar os associados. O fundo é responsável pela arrecadação e investimento do dinheiro depositado pelos empregados dos Correios para complementação da aposentadoria. As informações são da Agência Brasil.
Em depoimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga indícios de gestão fraudulenta, com possíveis prejuízos para os fundos de pensão, entre 2003 e 2015, Barreto afirmou que os investimentos questionados são os responsáveis pelo atual déficit de R$ 5,6 bilhões.
Segundo ele, a falta de liquidez das aplicações financeiras levou a diretoria a aumentar em 25,98% a contribuição dos participantes, mas a Justiça suspendeu o pagamento de adicionais que deveriam ter sido descontados dos salários e das pensões no último mês de abril.
“Por que o Postalis concentrou tanto seus investimentos no BNY Mellon?”, perguntou Luiz Alberto Barreto. Segundo ele, o valor investido na empresa responsável pela supervisão da gestão terceirizada do Postalis corresponde à maior parte do déficit financeiro do fundo. Para ele, em vez de optar por investir em títulos da dívida pública brasileira, o Postalis poderia adquirir títulos do Tesouro Nacional.
Evitando citar nomes dos possíveis responsáveis pelo déficit do fundo de pensão dos Correios, ele disse que, se não houve erro nas decisões sobre investimentos a serem feitos, ocorreu, pelo menos, omissão da diretoria. Ele sugeriu que os parlamentares investiguem fundos como o Evocatti, Riviera, Socopa e Planner.
O Planner foi responsável pela administração do fundo de investimentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), criado em 2004. Mais de R$ 26 milhões foram repassados ao Planner pelos fundos Petrus (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil).