Cresce o número de fundos de pensão com déficit em planos de benefícios

A difícil conjuntura do mercado financeiro no ano passado levou diversos fundos de pensão a registrar déficit em seus planos de benefícios. Levantamento da Abrapp, associação que reúne as entidades do setor, em conjunto com a Gama Consultores Associados, mostra que o número de planos no vermelho subiu para 262 em setembro de 2013, em comparação a 136 no fechamento de 2012. Ou seja, 126 planos que estavam equilibrados há um ano têm, hoje, um ativo menor do que o seu passivo. As informações são do jornal Valor Econômico.

"122 entidades possuíam ao menos um plano em déficit em setembro de 2013", disse Antônio Gazzoni, presidente da Gama Associados, em evento em São Paulo. O número de planos com superávit também caiu, de 385 em 2012 para 287 em setembro do ano passado.

A Abrapp estima que os fundos de pensão tiveram uma rentabilidade média negativa de 1,26% no ano passado, ante uma meta de rentabilidade de 11,57% para o período, equivalente a INPC mais 5,75% no ano. Gazzoni chama a atenção para o fato de que a maior parte dos títulos públicos na carteira dos fundos de pensão tem "duration" superior a 10 anos e, por isso, sofrem mais com a alta volatilidade que tem sido observada nos mercados desde meados do ano passado.

Com esse desempenho, a solvência do setor caiu de uma média de 105% em 2012 para 98% no ano passado. Ou seja, agora o sistema tem patrimônio para cobrir 98% de suas obrigações. Gazzoni comparou o Brasil com outros países. Segundo ele, a Holanda mostra nível de solvência de 110%, Estados Unidos de 95% e Reino Unido de 87%.

Para tentar driblar essa situação sem desenquadramento, o setor discute com o governo a flexibilização das regras de equacionamento de déficit dos fundos de pensão.
 



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