Previ quer ampliar fatia de investimento em private equity

Os fundos de pensão veem nos investimentos em private equity uma alternativa para diversificar suas carteiras e mostram disposição para elevar esse tipo de alocação, segundo afirmaram representantes de fundações durante congresso da Abvcap. André Tapajós Cunha, gerente executivo da Previ, afirmou que até 2020 o fundo pretende fazer um investimento adicional em private equity da ordem de R$ 2,5 bilhões, contando o aumento da exposição das participações no segmento nos dois planos do fundo. As informações são do jornal Valor Econômico.

A leitura é que as empresas que estão hoje dentro dos fundos de private equity fortalecerão o mercado de capitais em breve - a Previ, entre os fundos de pensão, é o que tem maior exposição à renda variável hoje, de cerca de 60% da carteira, em empresas já listadas.

"O private equity ajuda a dar um salto de crescimento nas empresas, mas a consolidação de fato vem mais à frente, quando a empresa vai para a bolsa e consegue captar recursos por meio dos mecanismos do mercado de capitais", afirmou. "Esperamos que a indústria invista em empresas fortes e pujantes que possam ir a mercado lá na frente."

Eduardo Garcia, diretor de investimentos da Fundação Real Grandeza, afirmou que o setor de private equity é carro-chefe para a fundação desde 2010. "Ainda temos um bom espaço para alocar em fundos estruturados. Não queremos repetir o erro de ficar só na renda fixa. É importante captar nos mercados produtos dentro da nossa linha de investimento."

Garcia conta que hoje 70% da carteira da Real Grandeza está concentrada em renda fixa; 22% em renda variável, e, 2% em fundos estruturados. A meta é expandir os estruturados no curto prazo para 5% podendo chegar a 7% em cinco anos. Segundo ele, nesses portfólios, os investimentos concentram-se em energia, petróleo e óleo e gás. "Estamos hoje comprando a bolsa de 2020", afirmou, completando que a opção é por alternativas não devidamente representadas na bolsa, beneficiadas por fontes de financiamento competitivas, como BNDES. A fundação interrompeu o processo para realizar investimentos no exterior, por ainda não existir uma regulação clara.

Na Funcef, os recursos comprometidos para fundos estruturados, que englobam private equity, são de R$ 6 bilhões ou 12% do portfólio. A meta é ter 15% de capital comprometido em cinco anos.

Mauricio Wanderley, diretor de investimentos da Valia, lembrou que o sucesso do private equity no Brasil é importante para alocação futura de renda variável dos fundos. "A renda variável vai ser fator determinante para as metas dos fundos de pensão", disse, citando o cenário de queda dos juros.

O diretor de Investimentos da Petros, Newton Carneiro da Cunha, afirmou que o fundo planeja reduzir sua exposição à renda fixa e aumentar os investimentos em infraestrutura, incluindo aí mais recursos para a área de private equity.
 



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