Participação da mulher também cresce na previdência privada
Thaís Restom, Portal Previdência Total
A expectativa de vida das mulheres brasileiras é de 78,6 anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O estudo revela que no Brasil a mulher vive, em média, 7,3 anos a mais que os homens. Viver mais significa não só a necessidade de planejar melhor o futuro para ter uma aposentadoria tranquila, mas também garantir o sustento da família no longo prazo. Nesse contexto, os benefícios garantidos pela Previdência Social são essenciais, mas insuficientes.
Segundo a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entretanto, apenas 19% do público feminino conhece algo sobre a previdência privada. O estudo foi realizado com 1.500 pessoas (53% mulheres e 47% homens), nas cinco regiões do País, com idade entre 20 e 60 anos ou mais, das classes A/B, C e D/E.
Apesar do resultado do levantamento, pesquisas dos principais bancos e seguradoras brasileiros que oferecem o produto mostram que as mulheres têm procurado cada vez mais o investimento em planos privados de previdência.
De acordo com o presidente da Bradesco Vida e Previdência e vice-presidente da Fenaprevi, Lúcio Flávio de Oliveira, as mulheres representam hoje uma parcela crescente na base de clientes da empresa. “Observamos um aumento da participação desse público, que hoje já retrata 40% dos investidores, contra menos de 38% em 2010”, afirma.
Evely Silveira, da Porto Seguro Previdência, conta que atualmente o percentual de mulheres na carteira de previdência privada da seguradora é de 46%. “Elas estão tomando a frente das decisões financeiras quando ficam sem o marido, como no caso das divorciadas ou viúvas, e o mercado de seguros já está percebendo essa movimentação”, avalia.
Perfil das investidoras
A Brasilprev tem quase metade de seus clientes constituída por mulheres. Um levantamento realizado pela empresa constatou que 48% de sua base de participantes é composta por pessoas do sexo feminino.
O estudo, realizado em dezembro de 2014, sobre o perfil das investidoras revelou que 43,8% são solteiras, 63,8% têm até 50 anos de idade e mostrou, ainda, que 45,7% possuem ensino superior, porcentagem maior que a registrada entre os homens – 36,8%.
A gerente de inteligência e gestão de clientes da Brasilprev, Soraia Fidalgo, revela que 77% das investidoras de previdência optam por fazer aportes periódicos, ou seja, têm o hábito de poupar. “A média do valor investido por mês pelas mulheres é de R$ 299,00 enquanto a dos homens é de R$ 320,00. Embora os aportes periódicos delas sejam menores, no último ano o tíquete feminino teve maior evolução, com 12,1%, enquanto o dos homens foi 11%”, explica.
Já pesquisa feita pela Bradesco Seguros identificou que a opinião da mulher tem mais peso quando se trata de escolher a instituição e a modalidade de plano. Enquanto o homem exerce papel mais ativo na escolha de fundo, regime tributário e modalidade de pagamento.
Voz ativa
Segundo Lúcio Flávio de Oliveira, da Bradesco Vida e Previdência, um dos motivos para o crescimento da procura pelo público feminino é o fato de a mulher ser a principal voz na família quando se trata de proteger e garantir o futuro dos filhos. “Prova disso é a grande participação delas nos planos para jovens. O objetivo, no caso, não é propriamente a aposentadoria, mas sim a utilização dos instrumentos de poupança e acúmulo de reservas para ajudar na educação mais qualificada do filho”, diz.
Outro levantamento recente, da Icatu Seguros, mostra que as mulheres mais jovens investem mais recursos em previdência privada do que os homens. Na faixa de até 20 anos, o público feminino investe 128% a mais do que o masculino. Ou seja, a cada R$ 100,00 que ele aplica, ela coloca R$ 228,00. O movimento se repete quando a faixa etária avança para entre 21 e 30 anos.
Sérgio Prates, superintendente de produtos de previdência da Icatu Seguros, afirma que do total de resgates nos planos de previdência privada feito em 2014, as mulheres representam apenas 37% enquanto os homens, 63%. “Elas se mostram mais fiéis ao destino final da aplicação, que é a aposentadoria. Também contribuem mais e com maior persistência, ou seja, sacam menos”, avalia.
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