Previdência privada deverá sentir os efeitos das mudanças
Thaís Restom, do Portal Previdência Total
Os efeitos no setor de previdência privada com as possíveis mudanças na concessão dos benefícios da Previdência Social ainda são difíceis de se prever, segundo os especialistas. No entanto, é certo que o sistema previdenciário brasileiro não será o mesmo para quem se aposentar daqui a pelo menos 30 anos.
De acordo com Alfredo Lalia, CEO de Seguros do HSBC, atualmente o banco tem 400 mil clientes na área de previdência privada (aberta e fechada), com metade dos planos voltados para pessoas físicas e a outra metade para empresas. “O VGBL é o plano mais contratado, ocupando hoje 80% da carteira”, conta o executivo.
As contribuições feitas por brasileiros para os planos de previdência privada somaram R$ 8,2 bilhões em novembro do ano passado, um crescimento de 17,58% em relação aos R$ 7 bilhões do mesmo mês de 2013. Os dados são da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), que representa 71 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país.
A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Jane Berwanger, acredita que a reforma nos benefícios previdenciários públicos não deve movimentar favoravelmente o mercado de previdência privada.
“Mas sempre que há redução de acesso aos benefícios, é natural que a credibilidade da Previdência Social caia e haja maior interesse na previdência privada. Todavia, como a maioria dos segurados é vinculada à previdência de forma obrigatória, acreditamos que o impacto não será significativo”, diz a advogada.
Por outro lado, o educador financeiro Reinaldo Domingos avalia que o mercado de previdência privada será impactado diretamente pelas novas regras do sistema público. “Com as mudanças, os aposentados precisarão de mais tempo de contribuição para receber os benefícios, o que acaba sim fazendo com que essas pessoas busquem alternativas, como a previdência privada”, afirma o presidente da Abefin.
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