CPI dos Fundos de Pensão deverá pedir indiciamento de presidente do Trendbank

A CPI dos Fundos de Pensão deve pedir o indiciamento do presidente do Trendbank, Adolpho Júlio da Silva Mello Neto por ingerência nos recursos fundos de pensão das estatais Petrobras (Petros) e Correios (Postalis), informou o relator, deputado Sergio Souza (PMDB-PR).

Os fundos Petros e Postalis adquiriram direitos creditícios, na forma de cota em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), por intermédio da financeira, em 2010, com vencimento em 2020.

Os investimentos feitos pela Petros (R$60 milhões) e pela Postalis (R$ 23 milhões) e seriam resgatado na forma de créditos (duplicatas, contratos de aluguel e cheques). Entretanto, com o encerramento das atividades do Trendbank , em 2013, os fundos conseguiram reaver apenas 50% do investimento inicial, sem lucros.

Souza estima em R$ 34 milhões o prejuízo com as aplicações e atribui o fracasso à má gestão da carteira de investimentos do fundo. Segundo ele, a negociação das cotas de direitos creditórios foi influenciada por ingerências político partidárias, "gerando uma falsa expectativa de lucro".

“Pelo que já temos de elementos, o Trendebank pode ter sido montado já com intuito de dar prejuízo aos fundos de pensão, pois apesar de operarem com risco altíssimo tinham ingerência na guarda e coleta de recursos no mercado”, analisou o parlamentar.

O presidente do Trendbank, Adolpho Júlio da Silva Mello Neto, por sua vez, negou as falhas apontadas pelo relator na análise de risco dos contratos assinados com os fundos em 2012.

Ele explicou que a compra de ativos com recursos seguiu parâmetros do mercado financeiro: passou pelo crivo de administradores autônomos (Banco Petra), antes de ser aprovada pelos custodiantes (Deutsche Bank e Santander), responsáveis por liberar o pagamento. "Nós nunca tivemos o poder da caneta", reforçou.

Mello Neto informou que, apesar de os contratos fixarem o prazo de 10 anos para o resgate, os fundos fizeram resgates pontuais antes do vencimento - R$ 9 milhões, pela Petros, e 33 milhões, pela Postalis.

Ele afirmou ainda que a Postalis dividiu os investimentos em aplicações de R$ 50 milhões (contratos de 10 anos) e R$ 10 milhões (que foram resgatados integralmente). Com informações da Agência Câmara.



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